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* 1:27 AM
(Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência)
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* 10:24 PM
(Claude Debussy - 1862-1918)
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* 10:15 AM
Fiodor Dostoievski - (1821-1881)
"Escritos Ocasionais"
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* 1:02 AM
Casa Vazia Domingo cinza Chuva tilintando no zinco ecoa No corredor vazio Seu reflexo se estende Escuto um ranger de portas Que bom que fosse você Mas está longe agora O vazio da casa é meu também Divido o fardo do silêncio, Mas pincelo neste vagar o doce da sua voz
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* 3:11 PM
"A pianista Maria João Pires nasceu em Lisboa e tocou pela primeira vez em público aos 4 anos de idade. Aos 5 deu o seu primeiro recital e dois anos mais tarde interpretava já concertos de Mozart em público."
fonte:http://www.musica.gulbenkian.pt
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* 12:37 PM
(Pintura do Mestre Ataíde na igreja de São Francisco de Assis - Ouro Preto) Música da vida Quem bom seria se a vida fosse música Seríamos avisados de antemão sobre seus bemóis Saberíamos quando a escala do nosso caminho, depois de tanto subir, seguiria sua queda vertiginosa . Estar sustenido não é ser. O ser é quase menor Tristemente menor...
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* 12:38 AM
MINHA DESGRAÇA Minha desgraça não é ser poeta, Nem na terra de amor não ter um eco... E, meu anjo de Deus, o meu planeta Tratar-me como trata-se um boneco... Não é andar de cotovelos rotos, Ter duro como pedra o travesseiro... Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro... Minha desgraça, ó cândida donzela, O que faz que meu peito assim blasfema, É ter por escrever todo um poema E não ter um vintém para uma vela. (Álvares de Azevedo - Lira dos Vinte Anos)
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* 4:02 AM
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* 1:11 PM
(Bíblia encomendada por Khodja Nazar, um comerciante arménio abastado da comunidade de Nova Julfa na Pérsia - 1623) 1 INCLINA, ó Deus, os teus ouvidos à minha oração, e não te escondas da minha súplica. 2 Atende-me, e ouve-me; lamento na minha queixa, e faço ruído, 3 Pelo clamor do inimigo e por causa da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim a iniqüidade, e com furor me odeiam. 4 O meu coração está dolorido dentro de mim, e terrores da morte caíram sobre mim. 5 Temor e tremor vieram sobre mim; e o horror me cobriu. 6 Assim eu disse: Oh! quem me dera asas como de pomba! Então voaria, e estaria em descanso. 7 Eis que fugiria para longe, e pernoitaria no deserto. (Selá.) 8 Apressar-me-ia a escapar da fúria do vento e da tempestade. 9 Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto violência e contenda na cidade. 10 De dia e de noite a cercam sobre os seus muros; iniqüidade e malícia estão no meio dela. 11 Maldade há dentro dela; astúcia e engano não se apartam das suas ruas. 12 Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado; nem era o que me odiava que se engrandecia contra mim, porque dele me teria escondido. 13 Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo. 14 Consultávamos juntos suavemente, e andávamos em companhia na casa de Deus. 15 A morte os assalte, e vivos desçam ao inferno; porque há maldade nas suas habitações e no meio deles. 16 Eu, porém, invocarei a Deus, e o SENHOR me salvará. 17 De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz. 18 Livrou em paz a minha alma da peleja que havia contra mim; pois havia muitos comigo. 19 Deus ouvirá, e os afligirá. Aquele que preside desde a antiguidade (Selá), porque não há neles nenhuma mudança, e portanto não temem a Deus. 20 Tal homem pôs as suas mãos naqueles que têm paz com ele; quebrou a sua aliança. 21 As palavras da sua boca eram mais macias do que a manteiga, mas havia guerra no seu coração: as suas palavras eram mais brandas do que o azeite; contudo, eram espadas desembainhadas. 22 Lança o teu cuidado sobre o SENHOR, e ele te susterá; não permitirá jamais que o justo seja abalado. 23 Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de fraude não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.
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* 1:01 PM
Assim parece o amor, quando já começado vive-se uma sensação de ter conhecido a pessoa amada desde outros tempos...
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* 12:00 PM
A nossa vida é uma rapsódia, não segue um esquema fixo e não obedece a nada que a nossa pobre autoconfiança nos convence a acreditar. Pensei na solidão, mas o destino fez de nós amálgama. Viva os abençoados cinco ciclos da Lua!
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* 11:38 PM
O chorar possui uma essência polissêmica, carrega consigo as mais vastas possibilidades e motivações. Por isso gosto do choro, não é um apego doentio, mas fruto de admiração diante de sua riqueza. Os seus extremos também são dignos de contemplação, pois foi combustível dos ultra-românticos em seu desabafo angustiado sobre a nossa condição. É possível chorar pela alegria de encontrar alguém que se ama. Apenas fotografá-la em nossa mente já é a gota que transborda o mar revolto que nos habita. Que perfeição essa correnteza encontrar as “portas da nossa alma” para desaguarem num fluxo desenfreado e, por vezes, balsâmico. Pode-se também prantear pelo desencontro, mas, o chorar, teimoso, segue seu fluxo, pois ninguém reverte o correr de um rio. Carregamos conosco a sina de utilizar a mesma “palavra corporal” para manifestar coisas bem diversas e, muitas vezes, opostas por natureza. O riso é efêmero, não é profundo, é quase um espasmo.
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* 2:47 AM
::: TERRA DO CARNAVAL :::
Você sabe de onde eu venho?
Da terra do carnaval
Onde a maioria é pobre
E se fode pra viver
Futebol
Mar e sol
Uma dívida gigante. Pra pagar até morrer.
Minha terra tem ladrões
Que aprendem a roubar
Na escola do poder
Honestos não entram, não.
Segue a vida, pé no chão
Dentes podres, ilusão
Que o Brasil vai melhorar
Mais eu acho que não vai!
Não quero sair perdendo
Nossa grande confusão
Se você é eleito
Aqui está a solução.
Afasta essa cambada do poder
Dê esperança ao povo com fim da inflação
Siga seu mandato honestamente até o fim
Cuidado com o povão...
... da terra do carnaval!!
(Ratos de Porão)
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* 5:54 PM
"Nossa, como você agüenta estudar isso? “A linguagem – a fala humana – é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores. A linguagem é inseparável do homem e segue-o em todos os seus atos. A linguagem é o instrumento graças ao qual o homem modela seu pensamento, seus sentimentos, suas emoções, seus esforços, sua vontade e seus atos, o instrumento graças ao qual ele influencia e é influenciado, a base última e mais profunda a sociedade humana. Mas é também o recurso último e indispensável do homem, seu refúgio nas horas solitárias em que o espírito luta com a existência, e quando o conflito se resolve no monólogo do poeta e na meditação do pensador. Antes mesmo do primeiro despertar da nossa consciência, as palavras já ressoavam à nossa volta , prontas para envolver os primeiros germes frágeis do nosso pensamento e a nos acompanhar inseparavelmente através da vida, desde as mais humildes ocupações da vida quotidiana aos momentos mais sublimes e mais íntimos dos quais a vida de todos os dias retira, graças às lembranças encarnadas pela linguagem, força e calor. A linguagem não é um simples acompanhante , mas sim um fio profundamente tecido na trama do pensamento; para o indivíduo, ela é o tesouro da memória e a consciência vigilante de pai para filho” (Prolegômenos a uma teoria da linguagem)
"Você não enlouquece?"
Vamos por partes. Fico perguntando-me o por quê desse tipo de reação, pois ninguém pergunta a um pesquisador das ciências médicas se ele incomoda-se com o fato de dissecar ratinhos ou outro tipo de animal para a sua pesquisa. Será que tal pessoa não "enlouquece" por isso. Ah sim, a velha história de tudo a favor da ciência, que tais atos são para o bem dos humanos etc.
Não vou entrar no mérito dessa questão.
Para um lingüista, as coisas não são tão "cortáveis" assim. Acho que nessa ciência residem dois pontos que a tornam complicada. O primeiro é que, como disse acima, não temos como recortá-la de maneira efetiva, ou seja, os cortes são todos feitos para subdividi-la em níveis de análise. Mas na verdade, sabemos que a língua é um caos maravilhosamente organizado e que tais incisões são frutos de postulações teóricas, por mais empíricas que sejam. O segundo ponto é o instrumento de análise e o objeto analisado, pois a analisamos com ela mesma, usamos a própria para sua auto-definição. Seria a mesma coisa que um cientista usar um rato para cortar outro rato.
Abaixo, vou transcrever um trecho que, para mim, é uma declaração de amor à lingüística como ciência autônoma. Este trecho foi escrito pelo lingüista dinamarquês Louis Hjelmslev, fundador do Círculo Lingüístico de Copenhague:
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* 2:52 PM
Queda Livre Tento parar, mas não consigo O ato falho de empurrar o tempo Tudo para depois... Sustenta-me o retiro No quarto da solidão Tanjo as paredes, busco sair pelo sólido. O que se esvai como nevoeiro.
Dói-me o suspiro
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* 1:35 PM
"Adormeceu suavemente e santamente em Deus o muito competente e honrado senhor Johann Sebastian Bach, compositor da corte de Sua Majestade Real de Polônia e de Sua Alteza o príncipe de Saxe, Mestre de Capela do príncipe de Anhalt-Coethen e Chantre da Escola de São Tomás. De acordo com o costume cristão, seu corpo foi hoje dado à terra, no cemitério de São Tomás". Era sexta-feira, 31 de julho de 1750. E a voz forte do pastor da igreja de São João de Leipzig, na Alemanha, anunciava que três dias antes a música ficara órfã. O grande Bach havia morrido. Foi-se sem realizar alguns sonhos, entre eles o de conhecer outro gênio da música - Georg Friedrich Haendel - e de ver reconhecido o valor da música de boa qualidade. Mas jamais desejou aplausos. Seu caráter disciplinado e modesto não permitia tais pequenezas. Apenas amava a música e desejava vê-la reverenciada da mesma forma que ele o fazia. Em certa ocasião, executava bela peça ao órgão quando seu interlocutor interrompeu-o, aplaudindo entusiasticamente. Muito contrariado, Bach foi ríspido na resposta: "Não há nada que admirar! Basta ferir a nota certa no momento preciso. O resto pertence ao órgão". J.S. Bach: operário e senhor da música. (Sônia Vinas e Alexandre Zaghetto)
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* 1:41 PM
"A juventude é perpétua intoxicação, uma febre da mente."
François, Duque de La Rochefoucauld
(15 de setembro de 1613 -17 de março de 1680)
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* 7:48 PM
Vou falar um pouco de um dos maiores gênios que a música já colheu. O seu nome é Sergei Vasilievich Rachmaninoff, nascido em 1 de abril de 1973 na cidade de Semyonovo (próxima de Novgorod -Russia), vindo de uma família com fortes tradições militares. O talentoso jovem teve sua primeira aula de piano com a própria mãe e, mais tarde, após o declínio da sua condição financeira, Rachmaninoff mudou-se para São Petersburgo e iniciou seus estudos em conservatório. Após a estréia de sua primeira sinfonia em 1897, Rachmaninoff caiu e profunda depressão devido à péssima recepção que sua obra obteve. Mas, após recuperar a sua confiança como compositor (passando por tratamento psiquiátrico e hipnose), compôs o seu Concerto No2 para piano, dedicando-o para o seu psiquiatra Nicolai Dahl. Nota-se na sua obra resquícios dos seus abalos nervosos e de sua inconstância romântica tardia, pois, apesar de ter sua obra centrada no século XX, Rachmaninoff carrega consigo um espírito extremamente conturbado e de pólos de força e beleza.
::: Prelúdio em Sol menor Opus 23 No5 :::
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* 5:58 PM
The Lament for Icarus
(Herbert James Draper: 1863/1920)
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* 1:34 AM
Abro os olhos e tudo está cinza
Perco a noção de onde estou, só sei que não queria estar assim.
Montanha russa de emoções sem nexo
Vou do gêlo Ural ao sol equatorial
Sem perceber, viagem maldita!
Quero águas tranqüilas e verdes pastos
Escutar a melodia da vida, quase barroca
Sem grandes dissonâncias
Dessa impossibilidade resta-me um conforto,
Uma réstia de sol que me aquece.
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* 12:56 AM
Seja o que você quer ser…
Porque você possui apenas uma vida
E nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos.
Tenha felicidade bastante para faze-la doce,
dificuldades para faze-la forte,
tristeza para faze-la humana.
E esperança suficiente para faze-la feliz.
As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas,
elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram…
Para aqueles que buscam e tentam sempre…
(Trecho de Reflexões de Clarice Lispector)
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* 1:38 AM
A terra firme é quase impossível, mas há um lugar nesse mar que nos faz confortar o espírito e nos supre de todos os víveres da alma. Como um bálsamo, uma mão apareceu para me segurar, para me tirar do olho da tempestade e colocar-me de volta ao balanço calmo das águas. Essa mão parecia ser revestida de outra mão, algo que amorteceu os efeitos da água gelada e me colocou em repouso novamente.
Meu Deus, estou na superfície!
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* 12:52 AM
Ao fresco da viração,
Embalada na falua,
Ao frio clarão da lua,
Aos ais do meu coração!
Ah! que véu de palidez
Da langue face na tez!
Como teus seios revoltos
Te palpitavam sonhando!
Como eu cismava beijando
Teus negros cabelos soltos!
(Álvares de Azevedo)
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* 12:07 AM